Depois de mais de dez anos de construção, deverá entrar em Funcionamento este ano no CERN, laboratório europeu em Genebra (Suíça), uma verdadeira máquina do tempo: o grande anel de colisões de partículas batizado LHC, suas iniciais em inglês. Ele vai acelerar partículas girando em sentidos opostos e fazê-las colidir frontalmente com tamanha energia que poderá recriar condições e temperaturas características da infância de nosso universo. Assim, poderemos estudar o que aconteceu em um passado remoto, logo após a grande explosão que deu início ao universo como o conhecemos hoje.
O programa científico do LHC é riquíssimo, com potencial para grandes descobertas: Qual o mecanismo que permite transformar energia em massa? Por que a antimatéria sumiu do universo? Será que existem superpartículas até hoje não detectadas? Será que o universo tem dimensões extras e que vivemos confinados em um subconjunto delas? Quais as propriedades da escaldante sopa de matéria criada nas colisões? Essas são algumas das questões que o LHC nos permitirá estudar e para as quais, quem sabe, nos dará respostas.
Sessenta anos depois de o físico brasileiro César Lattes (1924-2005) ter detectado a partícula responsável pela coesão do núcleo atômico, o méson pi, no então maior acelerador de partículas do mundo, na Universidade da Califórnia, estamos certos de que teremos pela frente uma década de surpresas e descobertas emocionantes. Fique ligado no LHC. Esse colosso poderá mudar sua concepção do universo!